quinta-feira, 16 de abril de 2009

**Deixei o papel de carta em cima da cabeceira, coloquei o casaco na cadeira, dei um beijo na sua testa, algumas fotos e meia dúzia de lembraças para dizer que por ali passei..
Deixei as cobertas mal arrumadas, deixei as camisas no cabide, deixei uma flor no vaso, arrumei as almofadas no sofá, tomei meu último café, saí pela porta e deixei as histórias mal contadas e os assuntos inacabados..
Hoje amanheci com uma voz suave em meus ouvidos dizendo que era hora de propagar o desapego.. Desapego das mágoas, das tristezas, do passado, do medo, do que deu errado ou certo demais, desapegue-se dos sentimentos que te fazem mal, dos amores que não te valem de nada, daqueles que não te acrescentam coisas boas.. apenas desapegue-se.. valorize as vezes que seus erros frutificaram sorrisos, ou que lhe deram cicatrizes.. apegue-se nos dias que vc foi mais feliz, que sua alma tornou-se leve, quando seu abraço salvou pessoas, quando te salvaram com um abraço.. valorize as coisas pequenas, momentos, segundos.. apegue-se na felicidade e deixe as tristezas.. como diria o poeta, não use minhas palavras como prece e fervor, são apenas palavras, nada muito bem fundamentado, apenas um modo mais sutil de dizer que agora as coisas mudam e o que antes me afetava tanto já não tem significado nenhum.. simplesmete desapegue-se ao que eu digo.. pq um dia eu irei embora, deixando as palavras pelo tempo, deixarei os dias, deixarei os motivos para te odiar, deixarei os motivos para não amar alguém, deixarei os motivos para deixar.. me ame enquanto aqui eu estiver.. pq eu tambem irei te amar.. e disso, não há como me desapegar..**

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